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É nisso que eu acredito...

Diferenças Penso, muitas vezes, que só tenho uma única maneira de superar as diferenças que tantas vezes me aborrecem. E, francamente, temos vivido numa época da história humana em que as pessoas estão pouco propensas a aceitar as diferenças alheias. Creio que atualmente a palavra de ordem, particularmente nas redes sociais, é: “Elimine o seu inimigo!” Inimigo este, que pode ser traduzido como aquele que pensa diferente de você. Assim, se alguém torce para um time diferente, se pratica uma religião que não é a sua, se pertence a outro partido político ou tem hábitos ou preferências distintas é alguém que o ameaça e, portanto, precisa ser aniquilado. Cada vez mais acredito que as diferenças não são um problema. Pelo contrário, quando há um verdadeiro amor (e esta é a única maneira que vejo para que eu não me aborreça com as diferenças com as quais me deparo), estas diferenças são enriquecedoras. E, aqui, eu me inspiro na relação que existe na Trindade Santa. É o modelo mais excelente de coexistência entre pessoas, porque existe em seu seio o próprio amor. O Pai é diferente do Filho e ambos são diferentes do Espírito e, embora tenham a mesma natureza, são pessoas distintas, diversas, mas se completam e se enriquecem porque a dinâmica interna existente no seio da Trindade é o amor. Assim, como nos ensinou Santa Teresinha do Menino Jesus, só o amor é capaz de resolver este problema. Diante de um de um questionamento pessoal ela encontrou a solução no amor. Podemos dizer que o amor é a solução para os desafios advindos das nossas diferenças (políticas, religiosas, ideológicas, interpretativas, culturais, sociais...) e só ele vivido até suas últimas consequências nos garantirá a paz no coração. Mas como exigir isso de quem nunca conheceu o amor? Esta é outra questão muito importante porque muitas pessoas que dizem amar alguém ou algo, na verdade não sabe o que é o verdadeiro amor. Pensam que sabem amar, mas o que sentem é apenas um pálido reflexo daquilo que é a mais profunda das experiências humanas: o Amor. E o verdadeiro amor foi manifesto na pessoa de Jesus de Nazaré. E, se não o conhecem, não serão capazes de por em prática em suas vidas o que nunca experimentaram... Por isso a nossa responsabilidade é grande. Nós que, nos reconhecemos cristãos, discípulos(as) e seguidores(as) de Jesus Cristo temos a obrigação de manifestar isso em nossas vidas: a convivência serena em meio às diferenças. Este será o termômetro de como estaremos vivendo o amor. “Quanto mais santos, mais relacionáveis” dizia Santa Teresa de Jesus (***) Frei Marcos Matsubara, ocd
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Tudo bem... já passou!

Tudo bem... já passou! Acabou e não lamento... acabou sem sofrimento. Sofrimento havia quando estava vivo: morto, já não me incomoda: o que não me matou, agora engorda. Sofrimento era o dia a dia Segredo que qualquer um via, mas somente eu sentia. Acabou e lamento apenas o desperdício. Desperdício de palavras, de sentimentos, de pensamentos,
de choro engolido, de tempo perdido. Acabou e estou mais forte E eu, que provei da morte a frieza de um túmulo silente, ressurgi do abandono das noites passadas sem sono e do medo do futuro me abraçando no quarto escuro. Acabou, acabou... e talvez, nem tenha sido tão ruim assim este fim. Será que foi tudo apenas uma ilusão, Um delírio do meu tolo coração? Talvez eu tenha sonhado demais, ou devesse desejar menos, e nada esperar de quem não pode dar. Não me permitirei sentir culpado: o que passou é passado. Mas, enfim, acabou... E este incontido sentimento de alívio é um presente que me fez, novamente, ser gente. Acabou.
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Testemunho Vocacional -

Sinto-me constrangido em dar meu testemunho vocacional. Toda vez acontece isso... É como se pedissem que eu mostre um desenho que ainda não foi concluído. Embora as linhas mestras traçadas inicialmente sejam capazes de prenunciar o bom (ou mau) êxito da obra, nada melhor que a arte final para revelar todo o esplendor do trabalho artístico. Mas a grande verdade é que sinto minha vocação como algo inacabado: um esboço bonito, mas ainda sim um esboço e não um desenho completo. Como falar de algo que ainda está em processo de conclusão? Não seria temerário falar de algo nessas condições?


Todas as vocações me parecem um grandioso mistério. E, no meu caso, esse mistério parece multiplicar-se.


Nunca entendi por que, afinal de contas, Deus resolveu buscar-me em casa. Se já era suficientemente complicado explicar minha conversão à fé católica para meus familiares (budistas), imagine a batalha interna que aconteceu dentro de mim que se acenderam as primeiras luzes do sonho de ser religioso. Foi muito difícil contar para minha mãe que eu estava decidido a ingressar no seminário. Vi tanta decepção no olhar cansado dela. Sei que eu era sua esperança, sei que frustrei seus últimos sonhos e que minha família precisava muito de mim. Minha ausência fez a diferença em casa. Tantas vezes pedi perdão em minhas orações por não ter podido realizar aquilo que esperava de mim.


Mas senti uma força irresistível me empurrando para a Vida Religiosa. Fiquei absolutamente fascinado com a possibilidade de viver o ideal da Vida Fraterna. Viver em comunidade nem sempre é fácil. Houve momentos em que o peso dos conflitos e das tensões pareceu-me cruel e insuportável. Acho que foi Deus que, vendo a minha extrema fraqueza, teve pena e me fortaleceu quando deparei com as cruzes. Mas eu seria ingrato se decidisse que tudo foi difícil. Pelo contrário, sinto-me “escandalosamente” privilegiado por Deus: pelos amigos que ele me deu, pelos dons que recebi, pelos inúmeros acontecimentos que revelam a sua graça... e porque foi aqui no Carmelo que me descobrir como gente, como filho amado (apesar dos meus limites) e aqui pude provar um pouco do sabor do céu, a partir da experiência de amizade, solidariedade, amor, trabalho, cansaço, alegria, tudo o que é sinal da misericórdia divina.


Frei Marcos Matsubara, OCD


Fonte: Blog da Pastoral Vocacional Carmelitana
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Cantar com a Kennia, na Semana Eucarística do Santuário, em Caratinga, foi um prazer. Cantores de música religiosa muitas vezes são orgulhosos e não têm simplicidade... A Kennia é diferente. Tem uma docilidade natural, acolhedora, sensível. Ela reúne certas qualidades indispensáveis para quem quer fazer da música um meio de evangelização: não basta saber cantar, ser afinado e ter uma voz bonita. É preciso ser um instrumento de Deus. Nossa voz, todo nosso ser ser de Deus.

Eu sou fã da Kennia...

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Dia de piriri

Alguma coisa mais incômoda do que estar com piriri?
Na verdade não estamos prostrados na cama, não é o caso.
Nunca conheci ninguém que tivesse sido internado no hospital por causa de um reles piriri. Por isso mesmo não é um doença que inspire a compaixão dos outros.
No máximo pode despertar um risinho de chacota, talvez porque fiquem imaginando a gente sofrendo sentado no trono. Coisa mais ridícula...
Ah... o ser humano que se diz tão excelso, capaz de coisas tão sublimes é derrotado por uma bacteriazinha atrevida.
Não tenho vontade de fazer nada. Se começo a fazer, logo vem a dor de barriga. Meus pés estão suando frio e sinto meu estômago embrulhado.
Já tomei litros de soro caseiro, chazinho disso, daquilo. Nessa hora todo mundo vira médico. Todo mundo tem uma receita infalível: De médico poeta e louco, todos nós temos um pouco.
O problema é que nesta hora do pipriri o poeta foge bem longe, quem sabe para Pasárgada; os médicos aparecem aos montes e ao louco aqui resta muito pouco, como escrever sua miséria...
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Estive pensando comigo mesmo: somos mesmo muito tolos.
Tantas vezes tentamos convencer os outros com nossas verdades.
Verdades que nem mesmos nós conseguimos acreditar.
Brigamos entre nós por questões tão pequenas, achando que se tratam de coisas tão fundamentais. Ninharias...
Agimos como se soubéssemos tanto e tão pouco sabemos de nós mesmos.
E ainda sim vamos nos iludindo e fingimos que acreditamos em nossas ilusões.
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