Tudo bem... já passou!
Acabou e não lamento...
acabou sem sofrimento.
Sofrimento havia
quando estava vivo:
morto, já não me incomoda:
o que não me matou, agora engorda.
Sofrimento era o dia a dia
Segredo que qualquer um via,
mas somente eu sentia.
Acabou e lamento apenas o desperdício.
Desperdício de palavras,
de sentimentos,
de pensamentos,
de choro engolido,
de tempo perdido.
Acabou e estou mais forte
E eu, que provei da morte
a frieza de um túmulo silente,
ressurgi do abandono
das noites passadas sem sono
e do medo do futuro
me abraçando no quarto escuro.
Acabou, acabou...
e talvez, nem tenha sido tão ruim assim
este fim.
Será que foi tudo apenas uma ilusão,
Um delírio do meu tolo coração?
Talvez eu tenha sonhado demais,
ou devesse desejar menos,
e nada esperar
de quem não pode dar.
Não me permitirei sentir culpado:
o que passou é passado.
Mas, enfim, acabou...
E este incontido sentimento de alívio
é um presente
que me fez, novamente,
ser gente.
Acabou.
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