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terça-feira, 13 de abril de 2021

É nisso que eu acredito...

Diferenças Penso, muitas vezes, que só tenho uma única maneira de superar as diferenças que tantas vezes me aborrecem. E, francamente, temos vivido numa época da história humana em que as pessoas estão pouco propensas a aceitar as diferenças alheias. Creio que atualmente a palavra de ordem, particularmente nas redes sociais, é: “Elimine o seu inimigo!” Inimigo este, que pode ser traduzido como aquele que pensa diferente de você. Assim, se alguém torce para um time diferente, se pratica uma religião que não é a sua, se pertence a outro partido político ou tem hábitos ou preferências distintas é alguém que o ameaça e, portanto, precisa ser aniquilado. Cada vez mais acredito que as diferenças não são um problema. Pelo contrário, quando há um verdadeiro amor (e esta é a única maneira que vejo para que eu não me aborreça com as diferenças com as quais me deparo), estas diferenças são enriquecedoras. E, aqui, eu me inspiro na relação que existe na Trindade Santa. É o modelo mais excelente de coexistência entre pessoas, porque existe em seu seio o próprio amor. O Pai é diferente do Filho e ambos são diferentes do Espírito e, embora tenham a mesma natureza, são pessoas distintas, diversas, mas se completam e se enriquecem porque a dinâmica interna existente no seio da Trindade é o amor. Assim, como nos ensinou Santa Teresinha do Menino Jesus, só o amor é capaz de resolver este problema. Diante de um de um questionamento pessoal ela encontrou a solução no amor. Podemos dizer que o amor é a solução para os desafios advindos das nossas diferenças (políticas, religiosas, ideológicas, interpretativas, culturais, sociais...) e só ele vivido até suas últimas consequências nos garantirá a paz no coração. Mas como exigir isso de quem nunca conheceu o amor? Esta é outra questão muito importante porque muitas pessoas que dizem amar alguém ou algo, na verdade não sabe o que é o verdadeiro amor. Pensam que sabem amar, mas o que sentem é apenas um pálido reflexo daquilo que é a mais profunda das experiências humanas: o Amor. E o verdadeiro amor foi manifesto na pessoa de Jesus de Nazaré. E, se não o conhecem, não serão capazes de por em prática em suas vidas o que nunca experimentaram... Por isso a nossa responsabilidade é grande. Nós que, nos reconhecemos cristãos, discípulos(as) e seguidores(as) de Jesus Cristo temos a obrigação de manifestar isso em nossas vidas: a convivência serena em meio às diferenças. Este será o termômetro de como estaremos vivendo o amor. “Quanto mais santos, mais relacionáveis” dizia Santa Teresa de Jesus (***) Frei Marcos Matsubara, ocd

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